Ilha de Outeiro, balneário conhecido como de frequência popular muito concorrido em Caratateua, Região Metropolitana de Belém, vive um processo silencioso e devastador nos seus 31 quilômetros quadrados de extensão: a erosão costeira. As falésias da região, cada vez mais afetadas pelas mudanças climáticas e pelo avanço das marés, vêm desmoronando ano após ano, colocando em risco a integridade do território e a vida dos moradores.
Para os habitantes mais antigos da ilha, habituados a observar a paisagem, se nenhuma medida urgente para as administrações dos governos estaduais ou municipais, daqui a dez anos o cenário pode ser alarmante: a perda de uma faixa específica da orla e o encolhimento gradual e eliminado da ilha, caso contrário, a parte densamente ocupada nesta região.
Sem imóveis, sem vida
Um retrato simbólico da manipulação é a avenida Beira Mar. Antes uma via estratégica que ligava os bairros de Brasília e de São João, atualmente é uma rua quase abandonada e sem vida, cercada por imóveis vazios, muitos à venda, uma rua fantasma. Afinal, quem se arriscaria a investir em uma área onde o chão literalmente desaparece diante dos olhos?
As consequências da inação são evidentes: as comunidades costeiras vivem a incerteza de um futuro ameaçado, enquanto o poder público não apresenta soluções concretas. A erosão de Outeiro não é apenas um problema ambiental, mas uma questão social e humanitária.
O tempo está se esgotando e, se nada for feito, a ilha poderá, de fato, ser engolida pelas águas.
Fora do projeto da ponte
Em 2023, o governo do Estado anunciou a construção de uma nova ponte ligando Icoaraci e Outeiro. A obra de fato começou em janeiro do ano passado, com a assinatura da ordem de serviço, evitando melhorar a mobilidade na Grande Belém.
Uma estrutura de mais de 400 metros deverá ligar os distritos de Icoaraci, a partir da 7ª. Rua, beneficiando diretamente a região de maior densidade habitacional de Outeiro, a Brasília. A ponte terá duas pistas de rodagem para veículos e motocicletas e trecho central com estrutura estaiada de 234 metros, permitindo manter duas passagens de navegação com 117 metros de largura cada um. O prazo previsto para conclusão da obra era de 24 meses, mas foi desacelerado.
Pelo que se sabe, o projeto não contempla a proteção da orla de Outeiro, essa que está abandonando sob a força das águas.
Papo Reto
·Então, fica entendido assim: dois já caíram do “jardim suspenso”, mas a chapa continua esquentando...
·Sobrou para o lado mais fraco e o vendaval nas “árvores” continua rendendo, desta vez, na Secretaria de Comunicação do governo.
·Depois que virou alvo de críticas diversas inclusive em nível nacional, por conta das árvores da Nova Doca, a Secom encontrou os “culpados”.
·O primeiro a ser exonerado foi o jornalista Ingo Müller, que escreveu uma reportagem citando o “plantio de plástico”; na segunda-feira, 7, foi uma vez de Luciano Cuns, coordenador de Jornalismo da Secretaria. E não vai ficar só nisso, dizem.
·De outubro do ano passado para cá, tricas e futricas entre o governador Helder Barbalho (foto) e o prefeito de Ananindeua, Daniel Santos, têm tirado décimos de um e fazendo o outro desabar.
·A Assembleia Legislativa acaba de autorizar mais um empréstimo para o governo do Estado. São quase R$ 4 bilhões - exatos R$ 3.809.485,33 -, elevando para R$ 22.249.201,35 o total de empréstimos contraídos até agora, segundo levantamento da oposição.
·Um voo da Gol de pouco mais de 40 minutos entre Belém e Macapá se tornou uma tortura para os passageiros na última segunda-feira. Uma chuvarada impiedosa castigou Macapá na última segunda-feira, obrigando a aeronave a tentar pousar duas vezes até, enfim, retornar a Belém.
·A TV Globo se viu obrigada a cancelar o reencontro do elenco de “Avenida Brasil” (2012), previsto para um especial comemorativo dos 60 anos da emissora, que vai ao ar no dia 24 deste mês.
·O projeto foi encerrado na semana passada, depois de constatar que não havia um dia disponível para todos os atores. No fundo, no fundo, os atores não retornaram tempo para a Globo, como nos velhos tempos.